terça-feira, 21 de junho de 2011

Nostálgica Sina

Ele sobrevivia aos seus dias apegado à nostalgia,
tantas coisas no seu quarto, tantas coisas vazias.
Cigarros incabados, livros não lidos,
nada era capaz de apagar, o que um dia havia vivido.

Todos o achavam exagerado, mas ninguém mais queria,
saber o peso do fardo, que a memória lhe trazia.
"Eu estou bem.." aos amigos ele dizia,
mas todos sabiam, que na verdade ele mentia.
Não se importava, não fazia falta, se acreditassem ou não,
sabia que a verdade estava guardada no coração.´

Tentava e tentava, mas não conseguia esquecer
em todas as lembranças, havia escrito "Você".

Quando sonhar contigo já virara rotina,
deitar e adormecer, também virara sua sina.
Dormia na esperança de sonhar contigo,
pois talvez nos sonhos, encontrasse um abrigo.
Sonhos talvez, impulsionados pelo travesseiro,
o qual jamais lavou para não perder o teu cheiro.

Ter você por perto era tudo o que ele queria.
Alguém para abraçar, para se esquentar em noites frias.
Mas vejam bem como é a vida, uma grande ironia,
ainda havia o travesseiro, para lhe fazer companhia.



nota do autor:
Tudo pode ser mentira, mas podem haver verdades.
Com um pouco de imaginação, relatei o que é a saudade.

1 comentário:

  1. Uma das melhores definições de saudade que vi recentemente e, irrefutavelmente, a melhor leitura do dia. :)

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